[RESENHA] E NÃO SOBROU NENHUM - AGATHA CHRISTIE

sexta-feira, dezembro 01, 2017

Título: E Não Sobrou Nenhum
Autora: Agatha Christie
Editora: Globo de Bolso
Páginas: 200
Ano da Publicação: 2011
Nota: 5/5

Sinopse: Dez pessoas diferentes recebem um mesmo convite para passar um fim de semana na remota Ilha do Soldado. Na primeira noite, após o jantar, elas ouvem uma voz acusando cada uma de um crime oculto cometido no passado. Mortes inexplicáveis e inescapáveis então se sucedem. E a cada convidado eliminado, também desaparece um dos soldadinhos que enfeitam a mesa de jantar. Quem poderia saber dos dez crimes distintos? Quem se arvoraria em seu juiz e carrasco? Como escapar da próxima execução?

Já tinha lido esse livro há alguns anos atrás, queria poder reler essa obra magnífica da Agatha e consegui reler agora no fim de novembro.

Como depois de ler tantos romances clichês, chick-lit e dramas, eu percebi ao ler E Não Sobrou Nenhum, como estava com saudade de ler algo da Rainha do Crime. Mesmo essa sendo a única obra que li dela, já posso considerar uma das melhores que já li do gênero.

Agatha Christie é capaz de surpreender o leitor da primeira à última página, a começar pela história incomum - ou quase, nos dias de hoje: dez pessoas que nunca se encontraram são confinadas numa mansão em uma ilha deserta. Depois, aos poucos, vão surgindo conexões entre elas, culminando com a descoberta de que todos de alguma forma estiveram envolvidos com crimes no passado.

Chegando lá, elas são recebidas pelo casal de empregados recém-contratados e ficam sabendo que seu anfitrião, o Sr. Owen, ainda não se encontra na ilha. Cada um então vai para seu quarto se preparar para o jantar e todos encontram esse poema em seus quartos:

                   "Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;

              Um deles se engasgou e então ficaram nove.
              Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!
              Um deles cai no sono, e então ficaram oito.
              Oito negrinhos vão a Devon em charrete;
              Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.
              Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
              Que um deles se corta, e então ficaram seis.
              Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco;
              A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.
              Cinco negrinhos no foro, a tomar os ares;
              Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.
              Quatro negrinhos no mar; a um tragou de vez
              O arenque defumado, e então ficaram três.
              Três negrinhos passeando no zoo. E depois?.
              O urso abraçou um, e então ficaram dois.
              Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
              Um deles se queimou, e então ficou só um.
              Um negrinho aqui está a sós, apenas um;

                   Ele então se enforcou, e não sobrou nenhum. "       



Durante o jantar todos os convidados comentam sobre as dez figuras de porcelana e a existência dos versos achando engraçado o fato. Realizada a refeição os convidados se dirigem a sala para tomar um café quando são surpreendidos por uma voz misteriosa que os acusa de crimes que todos escondiam muito bem!

“Senhoras e Senhores! Silêncio, por favor!”
Todos se sobressaltaram. Olharam em torno… uns para os outros, para as paredes. Quem estava falando?
A Voz prosseguiu, alto e bom som:
“Sois acusados dos seguintes crimes”
“Edward George Armstrong, de ter causado, em 14 de março de 1925, a morte de Louisa Mary Clees”.
“Emily Caroline Brent, de ter sido responsável pela morte de Beatrice Taylor, ocorrida em 5 de novembro de 1931”.
“William Henry Blore, de ter provocado a morte de James Stephen Landor, em 10 de outubro de 1928”.
“Vera Elizabeth Claythorne, de ter morto, em 11 de agosto de 1935, a Cyril Ogilvie Hamilton”.
“Philip Lombard, de ter sido culpado, em fevereiro de 1932, pela morte de vinte e um homens, pertencentes a uma tribo da África Oriental”. 
“John Gordon Macarthur, de ter, a 14 de janeiro de 1917, enviado deliberadamente para a morte o amante de sua mulher, Arthur Richmond”.
“Anthony James Marston, de ter sido, no dia 14 de novembro último, 
culpado pela morte de John e Lucy Combes”.
“Thomas Rogers e Ethel Rogers, de terem sido, a 6 de maio de 1929, os causadores da morte de Jennifer Brady”.
“Lawrence John Wargrave, de ter sido, a 10 de junho de 1930, responsável pelo assassínio de Edward Seton”.
“Acusados aqui presentes, tendes alguma coisa a alegar em vossa defesa?”.
Calou-se a Voz.

A partir desse momento fica claro que o objetivo do Sr. Owen ao trazer todos até a ilha era garantir uma punição condizente com os crimes cometidos no passado e que haviam ficado sem julgamento.
Logo, um a um os convidados começam a ser assassinados sendo que quanto maior a culpa pelo crime mais para o fim da lista a vítima ficava a fim de que sofresse com o medo de ser o próximo.
 
A única pista que todos possuem é o fato de cada convidado morrer de acordo com a história infantil. Além disso, cada vez que alguém morre um dos negrinhos de porcelana desaparece. É como se fosse um aviso do assassino... Ainda que o corpo não houvesse sido localizado sabia-se que alguém havia morrido.
 
A história vai lhe envolvendo a cada página, pois você percebe que os personagens estão completamente isolados sendo impossível a aproximação de algum barco antes da data marcada. Não há mais ninguém na ilha além daquelas 10 pessoas. Definitivamente temos em mãos o crime perfeito, mas de que adianta um crime perfeito sem ninguém para saber?
 
Para os fãs desse tipo de história E Não Sobrou Nenhum é perfeito... Não há como parar de ler, pois você necessita saber quem é o assassino.

Para que gosta do gênero, com certeza é uma ótima pedida! ;)

Beijos,
Grazi

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